Carro elétrico não é solução!

10/05/2011 19:28

 

 

 

O mundo só fala na emissão do famigerado CO2, gás resultante da combustão que aos poucos está rompendo a camada de ozônio da Terra, desequilibrando sua atmosfera. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa e é ele que viabiliza a vida humana, pois sem o fenômeno o planeta seria pelo menos 34ºC mais frio. Mas, em excesso, ele está aquecendo demais o planeta. Por isso, a redução drástica na emissão de dióxido de carbono é crucial.

O carro, como sempre, tem sido apontado como o grande vilão desse processo. Mas estudos recentes realizados pelo World Resources Institute mostram que o transporte, excluindo a aviação, representa 15% do CO2 emitido na atmosfera, enquanto a geração de energia elétrica responde por 32% do total do gás lançado – por conta das usinas termoelétricas movidas pela queima de combustíveis fósseis. Essas informações tornam, no mínimo, passível de estudos mais profundos a viabilidade poderia estar assegurada, já que a maior parte de nossa energia elétrica vem de hidroelétricas e temos potencial para outras fontes geradoras, seja solar, seja eólica.

Mas carro elétrico não é só emissão de dióxido de carbono. Quem acumula a energia são as baterias, que, nos carros mais modernos, são do tipo íon-lítio, mais leves e com o dobro da capacidade das de hidreto metálico de níquel e o triplo da capacidade de outra de níquel-cádmio. Seis vezes mais eficientes e muito mais leves que a de chumbo-ácido. Mas onde conseguiríamos tanto lítio (um metal raro e superleve) para fazer baterias para todos esses carros? Escavando o planeta e deixando-o como um queijo suíço? Acho que o caminho não é esse, definitivamente. A solução mais imediata está no desenvolvimento dos motores a combustão, no uso do etanol (quando comparado à gasolina, o etanol emite menos 73% de CO2, desde o processo produtivo até a sua queima), nas tecnologias híbridas e na melhora da eficiência dos carros (aerodinâmica e peso). Lá no futuro, com formas mais eficientes de gerar energia elétrica e armazená-la, poderemos voltar a pensar em carro elétrico. Por enquanto, não é solução!

 

 Matéria retirada da revista Motor Show, edição Maio/2011